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Os devoradores de mente - Parte II

Às vezes, as histórias que ouvimos do mundo da Biologia parecem terem vindo de filmes de Terror. Nos contos de Horror são comuns as histórias de seres possuídos e monstros controladores de mentes. O que a maioria não sabe é que na natureza isso é mais comum do que se imagina.


Diversos parasitas infectam seus hospedeiros e mudam seu comportamento, controlando suas ações para que consigam contaminar mais e mais organismos. Nesta matéria, dividida em duas partes, vocês verão 10 casos de parasitas controladores de mentes e o que eles são capazes de fazer com seus hospedeiros. Vocês podem conferir a parte I desta história aqui.


6 - O trematódeo Dicrocoelium dendriticum


Estes parasitas são platelmintos que parasitam cabras, ovelhas, bois e coelhos, alojando-se no intestino destes animais. As fezes destes animais contem ovos destes parasitas que são consumidos por caramujos. Neles, se desenvolvem até o estágio larval, chamado de cercaria, e são expelidos juntamente com uma substância viscosa. Estas substâncias são ingeridas pelas formigas marrons e se alocam em seu cérebro. Então estas cercarias controlam o comportamento das formigas: quando seus hospedeiros definitivos não estão por perto, elas agem normalmente... mas quando vacas, cabras, ovelhas ou coelhos estão por perto, ao invés de voltarem para o formigueiro, elas sobem nas pontas das gramas e ficam lá paradas, esperando serem comidas para recomeçar o ciclo. Se não forem comidas voltam a exibir seu comportamento padrão aparecer outro hospedeiro, quando voltam para as pontas das gramas. Os parasitas comandam as formigas para irem para as plantas apenas quando há possíveis novos hospedeiros pois se elas ficassem paradas na grama durante o dia todo ressecariam e morreriam, tanto a formiga quanto seu parasita.

7 – As vespas Hymenoepimecis bicolor

As vespas, como explicado na parte I deste post (aqui) são organismos parasitoides, que colocam seus ovos em outros organismos. Desta vez, os alvos são as aranhas da espécie Nephila clavipes. Estas vespas primeiramente paralisam a aranha picando o inteiror de sua boca. Depois, colocam seus ovos no interior de seu abdômen. Quando as larvas nascem ficam se alimentando lentamente dos fluidos internos da aranha sem mata-la por aproximadamente duas semanas, até que fiquem prontas para criar seu casulo. A partir daí, mudam o comportamento da aranha, para que ela construa uma teia diferente, mais simples porem mais resistente, na qual a larva poderá se encasular e estará protegida de seus predadores. Quando a aranha finalmente termina de construir a nova casa da larva, ela finalmente mata a aranha e consome praticamente todo seu interior.

8 – As vespas Dinocampus coccinellae

Mais uma espécie de vespa parasitoide, desta vez botando seus ovos em pequenas joaninhas. Da mesma forma como nas aranhas, as vespas primeiramente paralisam as joaninhas para depois injetar os ovos em seu abdômen. Desta vez, o efeito paralisante dura em torno de cinco dias. Durante este tempo, a larva consome lentamente o interior da joaninha, mas sem matá-la. Quando está pronta para se encasular, a larva emerge do abdômen da joaninha e faz seu casulo embaixo da joaninha, porem gruda as patas da joaninha no casulo, prendendo-a. Assim, a joaninha ficará lá, presa, servindo de guarda-costas do casulo da vespa. Quando o efeito paralisante passa, a joaninha fica tentando livrar suas patas, porem em 75% das vezes elas não conseguem e ficam lá até que a vespa finalmente saia do casulo.

9 – O trematódeo Euhaplorchis californiensis

Este parasita tem como hospedeiro final as aves, onde se reproduzem e libram seus ovos junto com as fezes dos passáros. Alguns caramujos então comem o cocô das aves e acabam injerindo sem querer os ovos dos parasitas. Estes parasitas, então tornam os caramujos inférteis e se desenvolvem até o estágio de cercaria, o estágio larval. A cercaria então sai do caramujo e infecta pequenos peixes do grupo killfish. Elas entram pelas brânqueas dos peixes e caminham até o cérebro, onde mudam seu comportamento. Este parasita faz com que os peixes nadem perto da superfície e fiquem pulando para fora da água, facilitando assim sua captura pelos pássaros, para mais uma vez recomeçar o ciclo.


10 – A vespa Glyptapanteles

Mais uma vez as vespas parasitoides aparecem controlando seus hospedeiros. Este grupo de vespas colocam seus ovos no interior de lagartas. As larvas, então, ficam se alimentando do interior da lagarta, sem matá-la, até que estejam prontas para formar seu casulo. Elas então saem da lagarta e encasulam-se em um graveto. Por motivos desconhecidos, em algum momento entre a deposição dos ovos e a saída das larvas, o comportamento da lagarta foi completamente modificado e ela fica ali protegendo os casulos violentamente contra qualquer outro ser vivo que tente se aproximar até que finalmente, morra de exaustão após as vespas saírem do casulo.


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