Cientistas descobrem função completamente nova dos pulmões
Uma das coisas mais interessantes sobre a ciência é como a cada dia descobrimos o quão pouco sabemos sobre a Biologia à nossa volta e, na verdade, sobre o mundo à nossa volta. De tempos em tempos descobertas intrigantes mudam tudo aquilo que acreditávamos saber sobre determinado assunto ou mostram que aquilo que tínhamos como verdade era completamente errado.
Em uma pesquisa publicada pela revista Nature em 22 de março de 2017, pesquisadores da Califórnia - EUA, descobrem que os pulmões não são responsáveis apenas pela troca de oxigênio e gás carbônico do nosso corpo, mas também pela produção de sangue! Função na qual até agora imaginava-se ser realizada praticamente de maneira exclusiva pela medula óssea.
Mais especificamente, os pulmões participam da produção de plaquetas, células componentes do sangue responsáveis pela formação do coágulo, evitando que sangremos até a morte quando nos cortamos. O que é mais impressionante é que os pulmões produzem aproximadamente metade das plaquetas do nosso corpo. Vejam o vídeo abaixo, mostrando a formação e liberação destas células pelos pulmões
Os cientistas ainda identificaram grupos de células-tronco (células que podem se transformar em qualquer tipo celular, quando dadas as devidas condições biológicas) capazes de se transformar em células sanguíneas. Estas descobertas sugerem que quando as células da medula óssea ficam danificadas os pulmões podem ajudar na restauração da nossa produção sanguínea.
Esta descoberta foi realizada graças a uma técnica que permitiu a formação de plaquetas fluorescentes, em pulmões de camundongos. Desta maneira, os pesquisadores foram capazes de observar de onde elas surgiram e para onde elas iriam. Apesar de estas análises terem sido realizadas em camundongos, as imensas semelhanças fisiológicas, anatômicas e genéticas dos pulmões dos camundongos e de nós humanos levam a crer que este processo também ocorre em nós. Caso isso se confirme, poderá revelar todo um novo processo de formação de sangue, que pode auxiliar em pesquisas futuras na compreensão da fisiologia de nosso próprio corpo.