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Laser transforma camundongos em caçadores letais

Pela primeira vez na história, cientistas conseguiram “hackear” a parte do cérebro que comanda o instinto de caça. E o mais interessante: ela fica na mesma região responsável pelo medo!



Pesquisadores da universidade de Yale, nos EUA descobriram como ligar e desligar o instinto de caça de camundongos com o ligar e desligar de lasers em um trabalho publicado em janeiro de 2017 na revista Cell. Para fazer isso, eles utilizaram uma técnica chamada ontogenética. Esta técnica envolve infectar os camundongos com vírus construídos em laboratório que fazem com que os neurônios fiquem sensíveis a luz azul. Depois, através de minúsculas fibras ópticas ligavam e desligavam lasers com luz azul em uma região cerebral chamada amídala (lembrem-se: não é aquela amídala que fica na boca que algumas pessoas tiram hein!). O que é curioso é que esta região é conhecida por estar associada as sensações de defesa e submissão, como medo e ansiedade.


Através disso, eles conseguiram controlar o comportamento completo de caça: detectar a presa, persegui-la, agarra-la, morde-la e proferir o golpe fatal. Eles detectaram que é necessário ativar duas vias para conseguir este comportamento. A primeira, controla a caça da presa (chamada de PAG) enquanto que a outra controla a mordida (chamada de PCRt). Controlar a via PAG fez o camundongo ser mais ágil ou mais lento na caça, enquanto que controlar a via PCRt fez a mordida ser mais forte ou mais fraca. Quando as duas vias foram ativadas ao mesmo tempo os camundongos atacaram tudo que encontravam, desde grilos até tampas de garrafa. Interessantemente, até mesmo quando foram colocados em gaiolas vazias os camundongos paravam o que quer que estivessem fazendo e se posicionavam como se estivessem segurando uma comida e mexiam suas bocas como se estivessem mastigando.


Interessantemente, isto não faz com que os camundongos se tornem assassinos desenfreados, matando tudo a sua volta. Os camundongos ainda foram capazes de identificar seus amigos. “A primeira coisa que nós pensamos é que talvez isto era apenas uma agressão generalizada, ou que nós apenas deixamos os camundongos muito nervosos”, no entanto “quando eles foram colocados juntos com outros camundongos, eles até se tornaram mais curiosos, mas nós não observados nenhum ataque”, disse o pesquisador chefe Ivan de Araujo. Estes experimentos mostraram que estas vias estão associadas a caça e não a raiva ou agressão.


A descoberta destas vias pode abrir novas portas para os estudos da região da amídala no cérebro. Esta região geralmente é associada a ações de fuga e medo, comportamentos completamente opostos à caça. Contudo trabalhos como este vem mostrando outras funções associadas a esta região, assim trabalhos futuros precisam identificar as redes neurais exatas responsável por tais comportamentos.

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